segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Trabalho Agenda Setting


O CONCEITO AGENDA SETTING
Baseadas nos conceitos da influência das mídias de massa no comportamento social do indivíduo, surgem nos anos 70 as primeiras investigações que se definiram como agenda setting. O conceito de agenda setting se baseia em um tipo de efeito social dos meios de informação – dentre os quais podemos citar a televisão, os jornais e as rádios –, que selecionam, em grau de importância, os assuntos que os indivíduos falarão ou discutirão por um determinado período. Hoje somos submergidos por um mar de informações selecionadas e transmitidas pelas mídias de massa, que são classificadas e separadas pelo seu grau de impacto e importância. 
A Agenda da Mídia e a Agenda Pública
O processo de agendamento pode ser descrito como um processo interativo. A influência da agenda pública sobre a agenda da mídia é um processo gradual através do qual, em longo prazo, se criam critérios de noticiabilidade, enquanto a influência da agenda da mídia sobre a agenda pública é direta e imediata, principalmente quando envolve questões que o público não tem uma experiência direta. Desta maneira, propõe-se que a problemática do efeito do agendamento seja diferente de acordo com a natureza da questão.
Ferreira (2000, p. 13) explica que a imposição do agendamento forma-se através de dois vieses:
1-      A "tematização proposta pelas mídias de massa, conhecida como ordem do dia, que serão os assuntos propostos pela mídia e que se tornarão objeto das conversas das pessoas, da agenda pública;
2-      A hierarquização temática, que são os temas em relevo na agenda da mídia e que estarão também em relevo na agenda pública, assim como os temas sem grande relevância estabelecida pelas mídias de massa terão a mesma correspondência junto ao público.
Outra questão-chave no processo de agendamento diz respeito às pessoas. A agenda da mídia tem maior efeito nas pessoas que participam de conversas sobre questões levantadas pelos meios de comunicação social do que nas pessoas que não participam deste tipo de conversas. Além do acesso aos meios de comunicação e às conversas interpessoais, as pessoas possuem uma necessidade de orientação, que segundo McCombs e Weaver (1977) é definida por: "uma junção de duas variáveis: alto interesse e um alto nível de incerteza. Assim, o efeito de agendamento ocorre com pessoas que têm uma grande necessidade de obter informação sobre um assunto; devido a esta 'necessidade de orientação', estas pessoas expõem-se mais aos media noticiosos, provocando maiores efeitos de agendamento" (McCombs e Weaver apud Traquina, 2000, p. 33-34).
Em outro estudo de Weaver, os autores sublinham que o impacto da função do agendamento não é igual para todas as pessoas e depende da necessidade de orientação. Para as pessoas com grande necessidade de orientação, os meios de comunicação social fazem mais do que reforçar opiniões existentes, eles podem orientar a atenção para questões e tópicos específicos.
Outro aspecto na pesquisa sobre o agendamento é que o efeito da agenda da mídia varia segundo a natureza do assunto, distinguindo entre questões envolventes, ou seja, que as pessoas podem mobilizar a sua experiência direta e questões não envolventes, que estão mais distantes das pessoas, que elas não têm experiência direta.

Conceitos de Determinação da Hipótese da Agenda Setting.
Em estudos realizados por autores brasileiros, alguns conceitos básicos são apontados e utilizados para determinar o efeito da agenda setting. Baseado em estudos anteriores, aponta os seguintes conceitos:
  • Acumulação: capacidade que a mídia tem de dar relevância a um determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de acontecimentos diários;
  • Consonância: apesar de suas diferenças e especificidades, as mídias possuem traços em comum e semelhanças na maneira pela qual atuam na transformação do relato de um acontecimento que se torna notícia;
  • Onipresença: um acontecimento que, transformado em notícia, ultrapassa os espaços tradicionalmente ocupados a ele. O acontecimento de polícia pode ser abordado em outras editorias dos meios de comunicação;
  • Relevância: quando um determinado acontecimento é noticiado por todas as diferentes mídias, independente do enfoque que lhe seja atribuído;
  • Frame Temporal: o período de levantamento de dados das duas ou mais agendas (isto é, a agenda da mídia e a agenda pública, por exemplo);
  • Time-lag: é o intervalo decorrente entre o período de levantamento da agenda da mídia e a agenda do público, ou seja, como se pressupõe a existência e um efeito da mídia sobre o público;
  • Centralidade: capacidade que as mídias têm de colocar como algo importante determinado assunto;
  • Tematização: está implicitamente ligado à centralidade, pois é a capacidade de dar o destaque necessário (sua formulação, a maneira pela qual o assunto é exposto), de modo a chamar a atenção. Um dos desdobramentos deste item é a suíte de uma matéria, ou seja, múltiplos enfoques que a informação vai recebendo para manter presa a atenção do receptor;
  • Saliência: valorização individual dada pelo receptor a um determinado assunto noticiado;
  • Focalização: é a maneira pela qual a mídia aborda determinado assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de editoração.

Conclusão
Ao término desse trabalho chegamos à conclusão que a sociedade vive em constante influência dos meios de comunicação de massa, esses meios acabam indicando quais os assuntos quem tem maior importância para a sociedade, e assim quais os temas que serão discutidos ao longo dos dias.
A agenda de setting foi, e ainda é uma forma de perceber essa influência, como ela se dá e como o indivíduo reage a essa manipulação.
Como não ser influenciado pelas noticias que são veiculadas na TV, jornais, revistas e rádios? Tem como hoje em pleno século 21 o individuo conseguir se manter neutro nesse jogo de informações?
Vivemos mergulhados em um mar de informações, e não temos tempo ou paciência para conferir se tudo que é falado é verdade. A única solução que temos é a buscar por novas fontes de informações e um senso critico em relação ao que é falado e transmitido, criando assim sua própria conclusão dos temas comentados ao longo do dia e buscando a melhor forma de se informar e informar as outras pessoas.

Bibliografia:
http://www.mmazini.com.br/textos_academico/o_conceito.pdf
http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n35/jbrum.html

2 comentários:

  1. A Hipótese do Agendamento então nos guia a pensar que existem uma troca de informações entre a Agenda Pública e a Agenda Mídia. Mas como podemos afirmar que as informações propostas pela Agenda Mídia não retornem a ela pela Agenda Pública?

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  2. Compreendo que a agenda pública se coloque, consequentemente, do cotidiano. Essa agenda é resgatada pela agenda mídia, a qual, por seus interesses, tem o papel de selecionar o tema que "mereça" destaque. Na maioria dos casos, a comunicação de massa trata e retrata assuntos banais e particulares (deveriam ser) e torna-os de interesse público. Num país, onde, historicamente, a educação nao é prioridade, o público está fadado a isso. a se deixar reger seus pensamentos. Normalmente, essa regência ofusca o que de fato possa interessar.

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